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Os Diferentes Formatos de Avaliação



A avaliação ultrapassa as definições tradicionais de bom ou ruim, suficiente ou insuficiente, adequado ou inadequado. Ela não se limita a medir o desempenho escolar, mas também oferece resultados e diagnósticos que informam sobre a aprendizagem e verificam a qualidade do ensino.


Portanto, a avaliação é um instrumento crucial, funcionando como um termômetro que mede a eficiência e o nível do processo ensino-aprendizagem.


“todos tenham direito de errar para evoluir. Ninguém aprende sem errar. Errando, reflete-se mais sobre o problema e sobre as ações usadas para resolvê-lo” Perrenoud (2000)


A LDB de 1996 legítima diferentes formatos de avaliação, conforme destacado no documento:


Art. 24, II - c): Independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato, permitindo sua inscrição na série ou etapa adequada.


Art. 24, V: A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais.


É essencial enfatizar que a avaliação deve ter um propósito claro. Este propósito deve guiar seu planejamento, produção e implementação no cotidiano escolar ou corporativo,  garantindo que ela realmente contribua para o aprimoramento do processo educacional.


Diversos formatos de avaliação têm sido desenvolvidos ao longo dos anos, cada um apresentando suas próprias características, benefícios e desafios. Este artigo explora esses diferentes formatos de avaliação, baseando-se em referências teóricas, artigos e pesquisas contemporâneas. O objetivo é oferecer uma visão abrangente sobre como esses formatos podem ser utilizados para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem.


Os principais tipos de avaliação discutidos incluem:


  • Avaliação Formativa;

  • Avaliação Somativa;

  • Avaliação Diagnóstica;

  • Avaliação Autêntica;

  • Avaliação por Pares;

  • Autoavaliação.


Avaliação Formativa


Definição e Características


A avaliação formativa foca no aprendizado contínuo dos alunos ao longo do ano letivo, criando espaços que promovem e ampliam seus conhecimentos. Após o ensino dos conteúdos em sala de aula, essa avaliação é aplicada por meio de exercícios e atividades que ajudam os alunos a revisitar os conteúdos, assimilar o aprendizado e identificar dificuldades. Esse tipo de avaliação é crucial para que os professores compreendam se os alunos estão alcançando os objetivos esperados e estejam prontos para avançar.


A avaliação formativa envolve o diálogo e a reflexão crítica entre aluno e professor, sendo especialmente adequada às metodologias ativas de aprendizagem. O professor atua como facilitador, oferecendo feedback contínuo para que os alunos possam ajustar suas condutas e melhorar suas competências e habilidades. Ou seja, trata-se de um processo contínuo que ocorre durante o ensino e a aprendizagem, cujo objetivo principal é fornecer feedback tanto para alunos quanto para professores, orientando melhorias e ajustes no processo educacional (Black & Wiliam, 1998).


Este tipo de avaliação está institucionalizada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é entendido, defendido como parte essencial do currículo. Segundo a BNCC, “construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos” (BRASIL, 2017, página 17).


Exemplos de instrumentos de avaliação formativa incluem redações, questionários e relatórios de laboratório.


Benefícios

A principal vantagem da avaliação formativa é a possibilidade de intervenção imediata. Quando um professor detecta uma dificuldade no aprendizado de um aluno, ele pode ajustar suas estratégias de ensino para atender às necessidades específicas desse estudante (Brookhart, 2008). Além disso, a avaliação formativa promove um ambiente de aprendizagem mais colaborativo, no qual os alunos se sentem parte ativa do seu próprio processo de aprendizado.


Outro ponto importante é que a avaliação formativa idealmente deve ser documentada, pois fornece informações valiosas para os docentes, sobre o processo de aprendizagem do indivíduo, quanto para os responsáveis durante as reuniões escolares. Isso é crucial, pois as avaliações formativas estão mais alinhadas com as metodologias de ensino mais ativas, permitindo que os alunos se tornem protagonistas do próprio processo de ensino-aprendizagem.


Em resumo, os benefícios da avaliação formativa incluem:


Personalização do aprendizado: A avaliação formativa permite que os professores adaptem o ensino conforme as necessidades individuais de cada aluno. Ajustando a “ação pedagógica de acordo com o nível, o modo de aprender, o ritmo e as atitudes de cada aluno” (HADJI, 2004 apud ALLAL, 1993).


Feedback: O feedback é efetivo quando resulta na incorporação das observações feitas pelo professor, implicando na aquisição de novos conceitos e novas formas de pensar, ser e agir em relação aos temas envolvidos na atividade educacional. Em outras palavras, a intervenção no funcionamento direciona-se aos processos de ensino-aprendizagem exercidos pelos estudantes ao longo de todo seu processo de formação.


Engajamento e autorregulação: Ao envolver os alunos ativamente em seu próprio processo de avaliação e aprendizagem, a avaliação formativa promove um maior engajamento e responsabilidade. “A autorregulação é uma capacidade ou, melhor ainda, um poder que se enriquece proporcionalmente ao controle que o sujeito assume sobre os seus mecanismos primordiais de controle cognitivo” (HADJI, 2011, p.46). Os alunos se tornam mais conscientes de seu progresso e são incentivados a assumir um papel mais ativo em sua educação.


Em síntese, a dificuldade do aluno é o ponto de partida para investigar suas causas e definir ações. A avaliação formativa permite que os alunos desenvolvam estratégias de aprendizado, construam habilidades de autoavaliação e revisão de pontos críticos, promovendo a compreensão do processo de ensino-aprendizagem. Com isso, à medida que adquirem mais conhecimento, conquistam maior autonomia.  


Desafios

O primeiro desafio parte de um esforço pessoal do professor e da cultura escolar: superar práticas avaliativas conservadoras, já que a avaliação formativa exige mudanças de paradigmas na prática pedagógica. O segundo desafio é a implementação eficaz, que demanda tempo, habilidades de observação e análise dos educadores. Nas salas de aula brasileiras, o grande número de alunos pode dificultar essa prática.


Existem sites que podem ajudar o professor a aplicar essa avaliação. Por exemplo, o governo está liberando uma plataforma com foco na aplicação das avaliações formativas, para a alfabetização. Que contém os cadernos de teste e os materiais instrucionais, está disponível neste site https://criancaalfabetizada.caeddigital.net/#!/minhapagina.


Avaliação Somativa


Definição e Características


A avaliação somativa é um instrumento muito comum no cotidiano escolar, normalmente realizada ao término de um período de instrução, como um semestre ou ano letivo, com o objetivo principal de medir o conhecimento e as habilidades adquiridas pelos alunos. Exemplos comuns incluem provas finais, trabalhos de conclusão de curso e exames padronizados (Scriven, 1967). Nesse contexto, esse tipo de avaliação está intimamente associada à função classificatória, cujo propósito é verificar se os conteúdos estabelecidos foram atingidos.


De acordo com Kraemer (2006), a avaliação somativa identifica o nível de rendimento ao final do período de aprendizado, contribuindo para a reflexão sobre o grau de conhecimento atingido. Isto é,  avaliação é pontual, geralmente, ocorre no final do curso, de uma disciplina ou de uma determinada habilidade ou competência. 


Geralmente, o modelo mais tradicional é uma prova com questões dissertativas ou de múltipla escolha, aplicada individualmente, cujo objetivo é verificar a aprendizagem do aluno, em cima de determinados conteúdos, resultando em uma nota ou um conceito.


A avaliação somativa é delimitada pelo princípio da avaliação, que está presente na LDB 96 - Art. 24;  Ou seja, de forma cumulativa, a partir dos resultados, atribui notas e/ou conceitos para avaliar e validar a progressão educacional.


Benefícios


A avaliação somativa fornece uma medida objetiva do desempenho dos alunos, facilitando a comparação entre diferentes grupos e períodos de tempo. Além disso, serve como mecanismo de accountability para garantir que os objetivos educacionais sejam alcançados (Guskey, 2003).


Esta avaliação possui características básicas como a padronização da prova, o peso e a importância dos resultados, a validade, a confiabilidade e a praticidade. Ademais, incentiva os alunos a se comprometerem mais com os estudos, pois sabem que suas notas dependem de seu desempenho nas provas.


Desafios


Um dos principais desafios da avaliação somativa é que ela muitas vezes não captura o progresso contínuo dos alunos, focando apenas no resultado final. Isso pode induzir ao ensino focado na realização de provas e na memorização dos conteúdos pelos alunos. Em outras palavras, os professores se concentram em preparar os alunos para os exames, em vez de promover uma compreensão profunda e significativa dos conteúdos (Popham, 2008).


Consequentemente, os alunos deixam de lado a reflexão e a contextualização dos conhecimentos no dia a dia. Além disso, o uso frequente e excessivo dessa prática pode ser desestimulante para os alunos, resultando em uma participação menos ativa na sala de aula, o que pode prejudicar ainda mais o processo de aprendizado.


Avaliação Diagnóstica


Definição e Características


Esta avaliação, diferente das outras, pode ser o pontapé inicial para pensar o início de um planejamento, ações e métodos que devem ser implementados para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Segundo Luckesi (1995, p. 81), “a avaliação não seria tão-somente um instrumento para a aprovação ou reprovação dos alunos, mas sim um instrumento de diagnóstico de sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para a sua aprendizagem.”


Em outras palavras, a avaliação diagnóstica é utilizada no início de um curso ou unidade de ensino para identificar os conhecimentos prévios dos alunos e suas necessidades específicas de aprendizagem. Sendo assim, é um instrumento que reconhece a importância dos dados para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. A avaliação diagnóstica busca levantar informações para identificar as aptidões iniciais, as necessidades e os interesses dos alunos em relação ao conteúdo, além de encontrar estratégias de ensino que se adequem a essas necessidades.


Conforme, Haydt (2002, p. 20) “Não é apenas no início do período letivo que se realiza a avaliação diagnóstica. No início de cada unidade de ensino, é recomendável que o professor verifique quais as informações que seus alunos já têm sobre o assunto, e que habilidades apresentam para dominar o conteúdo. Isso facilita o desenvolvimento da unidade e ajuda a garantir a eficácia do processo ensino – aprendizagem.”


Benefícios


A principal vantagem da avaliação diagnóstica é a personalização do ensino. Ao compreender o nível de conhecimento dos alunos, os educadores podem ajustar seus planos de aula para abordar lacunas específicas, aprimorando a eficácia do ensino (Tomlinson, 2001). Por isso, é fundamental levantar os conhecimentos prévios e habilidades dos alunos sobre determinado conteúdo, a fim de orientá-los para uma aprendizagem eficaz.


Normalmente, a avaliação diagnóstica é utilizada no retorno das férias para avaliar o estágio de aprendizagem em que o aluno se encontra. Isso permite tomar decisões adequadas para que ele possa avançar em seu processo de aprendizagem. O ato de avaliar oferece um diagnóstico do desempenho do estudante e, quando necessário, propõe intervenções para melhorar a aprendizagem. Para garantir a eficiência da avaliação, são necessários cuidado e rigor metodológico na aplicação dos instrumentos avaliativos.


Desafios


Implementar a avaliação diagnóstica de forma eficaz pode ser desafiador devido à necessidade de desenvolver instrumentos precisos e relevantes. Além disso, requer tempo e esforço para analisar os dados coletados e ajustar os planos de ensino (Briggs & He, 2012). Como é um instrumento de personalização de ensino, exige uma atenção especial e dedicação dos professores, o que pode ser complicado, considerando as turmas grandes e a falta de auxiliares.


No entanto, existem aplicativos que auxiliam os professores no diagnóstico da turma. A plataforma Jovens Gênios, por exemplo, possui uma ferramenta chamada Raio X, que facilita a visualização desses dados e contribui para uma aprendizagem personalizada.


Avaliação Autêntica


Definição e Características


Diferentemente das avaliações tradicionais, a avaliação autêntica é uma ferramenta que traz em sua essência a contextualização. O objetivo é criar cenários e tarefas que se assemelhem ao que os alunos irão enfrentar no cotidiano, aproximando-os de sua realidade.


Nesse contexto, trago dois autores cujas obras abordam profundamente o ambiente em que o aluno está inserido. Paulo Freire destaca a necessidade de considerar a realidade social, que está pautada na trama das relações e correlações de forças que formam a totalidade social.


Segundo ele, é preciso perceber as particularidades dentro dessa totalidade, pois nenhum fato ou fenômeno se justifica isoladamente, fora do contexto social onde é gerado e se desenvolve. De forma semelhante, Vygotsky possui uma abordagem que entende o processo de construção do conhecimento como resultado da interação do sujeito historicamente situado com o ambiente sociocultural onde vive. Segundo Marques e Marques (UFJF, GT: Educação Fundamental, n. 13), ambos autores enfatizam a importância de considerar o contexto social na educação.


Portanto, a partir da experiência do aluno e da sua realidade, o processo avaliativo deve ser elaborado, contextualizando os conteúdos com suas vivências. A avaliação autêntica envolve tarefas que refletem a aplicação real do conhecimento e das habilidades em contextos do mundo real. Exemplos incluem projetos, portfólios, apresentações e estudos de caso (Wiggins, 1990).


Benefícios


Este formato de avaliação promove o aprendizado significativo, incentivando os alunos a aplicar os conhecimentos do dia a dia, de maneira prática e relevante. Além disso, pode aumentar a motivação dos alunos ao demonstrar a relevância do que estão aprendendo para suas vidas e futuras carreiras (Mueller, 2005).


Essa avaliação é aplicável em diversas situações, um exemplo muito bom para demonstrar os benefícios da avaliação Autêntica é o estudo de caso. Porque a partir dele o aluno ou indivíduo consegue desenvolver habilidades como: pensamento crítico, trabalho em grupo, inteligência emocional. Além da participação e engajamento ativo, feedback construtivo (feedback detalhado e específico aos alunos, para que eles possam entender seus pontos fortes e áreas de melhoria.) e personalizado ( feedback detalhado e específico sobre seu desempenho).


Esse tipo de avaliação pode ser encontrado além dos muros da escola. No ambiente corporativo, é possível aplicar essa abordagem por meio de dinâmicas como estudos de casos e gestão de conflitos.


Desafios


A avaliação autêntica pode ser mais difícil de padronizar e avaliar objetivamente em comparação com formas tradicionais de avaliação. Ela requer critérios claros e rubricas bem desenvolvidas para garantir consistência e justiça na avaliação (Gulikers, Bastiaens & Kirschner, 2004). Contextualizando, uma rubrica é um instrumento de avaliação apresentado na forma de tabela, construído e modificado com base em critérios específicos relacionados a uma atividade ou tarefa que se deseja avaliar. 


Avaliação por Pares


Definição e Características


A avaliação por pares é uma metodologia ativa que promove o protagonismo do aluno no processo de ensino e aprendizagem. Envolvem alunos avaliando o trabalho uns dos outros, promovendo a autoavaliação e a reflexão crítica. Esse formato pode ser utilizado em diversas atividades, desde redações até apresentações orais (Topping, 2009). Isto é, uma avaliação por pares envolve os alunos no processo de ensino-aprendizagem ao trocar, com o professor, a função de avaliador.


Dessa forma, permite que eles analisem e avaliem os resultados e desempenhos de seus colegas em atividades específicas, dando feedbacks e notas, ou ambos. Além disso, é importante considerar a maturidade da turma, explicar os objetivos dessa prática e destacar a importância desse processo avaliativo na formação integral do indivíduo.


Benefícios


  1. Desenvolvimento de Habilidades Críticas: Ao avaliar o trabalho dos colegas, os alunos desenvolvem habilidades e competências de análise crítica e reflexão que são fundamentais para o seu desenvolvimento. 

  2. Maior Engajamento e Protagonismo: A metodologia coloca o aluno como protagonista do processo educativo, proporcionando mais autonomia e promovendo interações significativas com os colegas e as atividades propostas.

  3. Feedback Construtivo: Receber feedback de colegas pode ser mais significativo para os alunos, pois há uma maior proximidade em relação ao contexto vivido. Isso facilita a compreensão e a aceitação das críticas e sugestões.


Essa abordagem contribui para a formação autônoma, eficaz e de qualidade, ajudando a enfrentar desafios acadêmicos e profissionais futuros.


Desafios


Um dos desafios da avaliação por pares é garantir a imparcialidade e a precisão das avaliações. Os alunos podem ter dificuldades em fornecer feedback construtivo ou podem ser influenciados por suas relações pessoais (Li, Xiong, Hunter, Guo & Tywoniw, 2020).


Autoavaliação


Definição e Características


A autoavaliação é uma ferramenta importante no campo educacional, permitindo que os alunos analisem seus pontos fortes, dificuldades e erros, refletindo sobre como podem melhorar cada um desses aspectos ao longo de seu processo de aprendizagem.


Para o aplicador dessa prática, a autoavaliação é um processo valioso que oferece insights sobre a percepção do indivíduo em relação ao próprio desempenho, auxiliando no planejamento de ações pedagógicas e cotidianas mais eficazes.


É um instrumento que pode ser utilizado em diversos ambientes, indo além do contexto escolar. Pode ser aplicada na prática de exercícios físicos, no ambiente corporativo, na reeducação alimentar e financeira. Associada à melhoria de hábitos através da evolução pessoal, reflexão e observação das próprias ações, a autoavaliação pode ser incorporada em vários momentos do dia a dia.


Benefícios da Autoavaliação


  1. Autoconhecimento: Permite que o aluno conheça melhor suas habilidades e áreas de melhoria.

  2. Identificação de Pontos Fracos: Facilita a identificação das áreas que necessitam de mais atenção.

  3. Consciência da Aprendizagem: Aumenta a compreensão sobre o que precisa ser aprendido.

  4. Clareza nas Necessidades e Conquistas: Proporciona uma visão clara sobre as necessidades e os progressos.

  5. Aumento da Responsabilidade: Desenvolve o senso de responsabilidade pelo próprio aprendizado.

  6. Melhora do Diálogo: Fortalece a comunicação entre professor e aluno.

  7. Fortalecimento da Confiança: Constrói uma relação de confiança mútua.

  8. Realismo e Clareza: Promove uma compreensão realista e clara sobre os próximos passos a serem tomados.


Desafios


A autoavaliação pode apresentar diversos desafios, um dos mais comuns é a atribuição de notas desproporcionais ao desempenho real do aluno. Isso pode ocorrer tanto no sentido de inflacionarem as notas quanto no de subestimá-las. Além disso, a autoavaliação exige um alto grau de honestidade e autoconhecimento, o que nem todos os alunos possuem, especialmente em níveis educacionais mais baixos. 


Outro desafio é a subjetividade intrínseca à autoavaliação. A falta de critérios claros e de uma orientação adequada pode levar a uma grande variabilidade nas notas atribuídas pelos alunos, comprometendo a confiabilidade e a validade do processo avaliativo.


Conclusão


A diversidade de formatos de avaliação disponíveis hoje oferece uma gama de ferramentas valiosas para os educadores. Cada formato possui seus pontos fortes e limitações, e a escolha do método mais adequado deve ser baseada nos objetivos educacionais, no contexto de ensino e nas necessidades dos alunos.


Por exemplo, avaliações formativas são excelentes para monitorar o progresso contínuo e identificar áreas de melhoria, enquanto avaliações somativas são úteis para medir a aprendizagem acumulada e o desempenho final. Além disso, avaliações diagnósticas ajudam a identificar o nível inicial de conhecimento dos alunos, permitindo a personalização do ensino desde o início.


Ao combinar diferentes formatos de avaliação, os educadores podem criar um ambiente de aprendizado mais equilibrado e eficaz. Essa abordagem não apenas mede o conhecimento adquirido, mas também promove o desenvolvimento contínuo e integral dos alunos.


A integração de avaliações autênticas, como projetos e estudos de caso, pode incentivar a aplicação prática do conhecimento em contextos do mundo real, enquanto autoavaliações e avaliações por pares podem fomentar habilidades de reflexão crítica e colaboração. Assim, a diversidade de métodos avaliativos contribui para uma educação mais holística, atendendo às variadas necessidades e estilos de aprendizagem dos alunos.


Referências


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